Vocês falam sobre as derrotas? | Atos Guetho Jiu Jitsu - Blog
Vocês falam sobre as derrotas?
Atos Guetho Jiu-Jitsu em 28/06/2020

Neste texto, nosso aluno Eduardo Fallavena nos conta um pouco sobre como o Jiu-Jitsu lhe ensinou a crescer nas adversidades e aprender com seus erros e derrotas… Além disso, fala sobre sua experiência no exterior, competindo um dos maiores campeonatos de Jiu-Jitsu do mundo, o campeonato Europeu, realizado na cidade de Lisboa, Portugal.

“Depois de um tempo eu comecei a pensar sobre tudo e vi que talvez tenha sido uma das derrotas que eu mais ganhei na vida.”

EDUARDO FALLAVENA, FAIXA BRANCA ATOS GUETHO JIU-JITSU

Vocês falam sobre as derrotas? Eu vou falar sobre quando eu perdi na frente do mundo inteiro.

Em julho de 2019 decidi que ia ir lutar meu primeiro campeonato internacional de Jiu-Jitsu, o campeonato Europeu. O campeonato seria em janeiro de 2020 e então eu teria 6 meses de preparação intensa pra ir lutar e decidi colocar toda minha energia nisso.

Vivi uma vida de atleta. Acordava cedo pra ir trabalhar, treinava duas vezes ao dia, fazia faculdade, me alimentava bem e trabalhava de novo. Meu dia começava as 6 da manhã e só acabava as 22 horas. Além disso, me dediquei a treinar minha cabeça pra estar preparado mentalmente e fisicamente. Foi uma jornada intensa e estressante, sempre me cobrei muito sobre todas as minhas tarefas e eu tinha um objetivo em mente: Ser campeão Europeu de Jiu-Jitsu.

Durante os meses de preparação, competi no meu estado e ganhei alguns campeonatos rendendo bem acima do que eu esperava. A minha confiança estava muito boa e eu me via pronto para ir lutar e ganhar.

Chegou a hora! Tudo pronto e embarquei pra Lisboa. Era minha primeira vez saindo do Brasil, minha primeira vez lutando um campeonato internacional daquela magnitude. Pensa no contexto, um faixa branca indo lutar seu primeiro campeonato grande e sozinho: quando cheguei no ginásio a emoção que mais se manifestava em mim era o medo, a insegurança, o nervosismo.

E quando essas emoções tomam conta da gente a tendência é que o nosso rendimento despenque. E adivinha?! Foi o que aconteceu! Perdi na terceira luta, o meu adversário foi superior e eu saí extremamente envergonhado. Naquele momento eu só pensava que tinha falhado e que eu era um fracasso, não passava nada de bom na minha cabeça, eu só queria me esconder.

Sabe qual o mais louco de tudo isso?! Depois de um tempo eu comecei a pensar sobre tudo e vi que talvez tenha sido uma das derrotas que eu mais ganhei na vida.

Começando pelo processo. Eu aprendi muito sobre mim, vi que eu podia ser uma pessoa disciplinada, focada, determinada e forte. Só eu sei o quanto eu me dediquei para chegar lá, quantas coisas e momentos eu tive que abrir mão pra ter lutado aquele campeonato.

Aprendi também a lidar com minhas emoções. Durante o processo muitos momentos eram estressantes e dava vontade de largar tudo, então eu tinha que ser resiliente. Tive que superar a frustração da derrota, me reorganizar mentalmente para não ser engolido pelas minhas emoções ruins que constantemente vinham na minha cabeça, ou seja, desenvolvi minha inteligência emocional.

Quando desenvolvi a inteligência emocional, usei a minha derrota como alavanca e motivação para melhorar. Via minhas lutas várias vezes e analisava meus erros e acertos. Um mês depois, mesmo com medo, fui lutar em Roma o CONTINENTAL PRO EUROPEU da UAEJJ e ganhei o campeonato com uma das melhores performances da minha vida.

Enxerguei o quanto eu tinha pessoas boas do meu lado, tive que fazer vaquinha, rifa e ter ajuda de muitas pessoas para ter ido lutar. E tem vitória melhor que ter pessoas que apoiam nossos sonhos e projetos mesmo quando eles dão errado?!

Aprendi que a gente precisa se dar a liberdade de errar. A criatividade, o estado de “flow” e o alto rendimento só vem com um ambiente de segurança psicológica, um ambiente que a gente se permita errar e não tenha aquela obrigação de ganhar. Eu botei uma pressão tão grande em mim que ao invés de eu estar focado no momento presente e deixar a minha cabeça livre pra lutar, eu só pensava no que poderia acontecer se eu perdesse. O importante é a gente dar o nosso melhor, o resultado é a consequência disso e não o contrário.

A gente vive num mundo que as pessoas só exaltam os êxitos e as vitórias, que só falam dos sucessos. O fato é que pra alcançar grandes objetivos eles vêm acompanhados de falhas, de derrotas e isso faz parte do processo de aprendizagem, seja qual for o âmbito da nossa vida. Resignificar as falhas, aprender com elas e não desistir na primeira vez é o que te leva em busca dos objetivos. Só erra quem se expõe, quem sai da zona de conforto e é corajoso o suficientepra ir em busca de grandes objetivos mesmo que a chance de falhar seja grande.

“O sucesso é ir de fracasso em fracasso sem perder o entusiasmo.”

OSS!

Que o Jiu-Jitsu nos traz diversos benefícios todos nos já sabemos, mas após lermos este texto do Eduardo, temos a certeza de que “fracasso” é somente um ponto de vista, no qual sempre trará algum aprendizado. Porém, para desenvolvermos essa resiliência, disciplina e otimismo citados por Eduardo, basta somente uma coisa…

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